“O que é um espetador experimental?” Esta foi a grande questão colocada no início da MasterSession do Festival Caminhos do Cinema Português que decorreu pelas 18 horas, do dia 28 de novembro, na Sala do Carvão, na Casa das Caldeiras. Por Luís Lopes
A sessão, moderada por Sérgio Dias Branco, professor auxiliar dos estudos fílmicos na Universidade de Coimbra e coordenador da mesma área, Alexandre Oliveira produtor da “Ar de filmes”, Ana Isabel Soares professora da Universidade do Algarve e Fausto Cruchinho, professor de Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra.
Sérgio Branco abriu a discussão com a afirmação: “o cinema não cria apenas o filme, através do seu trabalho, cria o próprio espectador”.
Ana Isabel Soares argumentou que um espetador experimental é um espetador consciente, alguém que está ciente de que vai ver um filme, “seja numa sala de cinema, seja no conforto da sua casa”, mas que toma a decisão por si só e não assiste ao filme, porque é obrigado ou, porque numa rede social, em scroll, “lhe aparece um trailer de um filme”. Neste sentido, para a oradora, um “espetador experimental é um espetador consciente do que quer, consciente das suas vontades”.
De seguida, Alexandre Oliveira tomou a palavra dando conta de que, “como em tudo na vida também o cinema teve fases experimentais”. Contudo, segundo o orador, esta arte tem uma maior dificuldade em ter uma fase experimental, uma vez que se insere numa indústria. Posto isto, terminou o seu discurso dizendo que as influências experimentais de determinados cineastas têm algum peso na evolução do cinema, mas que é difícil seguir uma linha de continuidade quando se tem pouco público.
O último a pronunciar-se relativamente a esta questão foi Fausto Cruchinho. Salientou que “o espetador acaba por ser um ser um pouco mórbido, sem reação”. Para encerrar a sessão, Ana Isabel terminou dizendo que “podem encontrar-se muitos cineastas que nunca fizeram um filme”.
Foto: Caminhos do Cinema Português
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